sábado, 16 de junho de 2007

Minha História de Leitura

Como não tenho mais tempo para a literatura e me prostituo lá no mestrado, vejam que não me corrompo com facilidade e aproveito institucionalmente para viver escrevendo, já que nem tempo pra ler eu tenho. Acreditem, isto fará parte de um capítulo de minha dissertação. Faltam as notas, mas como vocês não são uma banca examinadora, que se danem!


Rodrigo Matos




Escrever este texto passa necessariamente por contar como se iniciou a minha história com os livros, pois não se trata apenas de um exercício dissertativo para cumprimento de créditos do mestrado, mas de uma atividade que se confunde com a minha existência e, hoje em dia, é também, alvo de minhas investigações monográficas.
Fui alfabetizado muito cedo, aos três anos já sabia ler e aos quatro escrever. O aprendizado precoce das letras se deu por necessidade, já que não queria mais apanhar. Uma tia era responsável pelo ensino das minhas primeiras letras, e fui sua cobaia em experimentos pouco ortodoxos, no que se trata de pratica de ensino-aprendizagem da lecto-escrita. Ela utilizava o método “colher-de-pau”, que consistia em atividades diárias assistidas por uma colher-de-pau, que ao menor vacilo era prontamente arremessada contra as minhas mãos. Eu tinha que saber as respostas para as perguntas, pois para minha tia o núcleo central de seu método revolucionário era constituído pela máxima “é inconcebível que uma pessoa que saiba falar não saber ler e escrever”, atividades naturalmente complementares aos olhos dela. Dessa maneira aprendi rapidamente a ler e aos quatro anos lia perfeitamente (sem titubear) qualquer coisa que passasse pelos meus olhos.
Num dia de visita materna (eu era criado pela minha avó, sob supervisão atenta de minha tia estudante de magistério) algo de diferente assomava das sacolas de minha mãe, que costumeiramente eram reviradas por mim assim que ela chegava. Era um livro de capa azul, com bordas picotadas de um autor que nunca mais me esqueci o nome (me esforçava com certo orgulho para pronunciá-lo), Hans Christian Andersen, que contava a história de um imperador encantado pela beleza do canto de um rouxinol .
Este primeiro contato ficou registrado no arquivo de minhas memórias como o primeiro encontro com um livro, mas principalmente se refere à posse, era o meu primeiro livro. Carreguei-o por muito tempo até perdê-lo deliberadamente num daqueles momentos de conflito adolescente.
Ainda em Jacobina (era lá a casa da minha avó) desenvolvi o hábito de ler revistinhas em quadrinhos: Luluzinha, Bolinha, Mônica e Cia foram os primeiros amigos que encontrei em uma banquinha de revista - nas cidades do interior da Bahia (fato que pode se estender para inúmeras regiões do Brasil) as bancas de revistas são o único contado com a produção editorial do país, em algumas localidades são os únicos elos com o mundo escrito.
Depois do hábito adquirido foi apenas uma questão de tempo aliado a um certo encantamento em relação à imagem do intelectual para que a leitura assumisse para mim o papel de atividade essencial e os livros objeto de consumo constante. No dia em que parti para a capital do estado trazia Andersen e Luluzinha comigo, como germes da voracidade leitora que ainda estava por vir.
Ao acordar no apartamento de minha mãe em Salvador fui tomado de assalto pela sensualidade da TV, pelos apelos do consumo da classe média e a leitura foi esmagada pela Tia Arilma, Lojas Sandiz, Balão Mágico, Wells Burger, Lucinha Lins, “Eu sou negão, meu coração é a Liberdade” e os finais de semana em Patamares. Mas como uma provocação do destino, algo de inesperado me aguardava: a minha primeira leitura adulta, que me jogou de vez no universo que se organiza em ordem alfabética. Helen G. White me provocou numa tarde pouco produtiva do verão de 1987, quando o encontrei dentro de um armário no gabinete do apartamento. Ironicamente foi a leitura de A vida de Jesus Cristo, escrita por uma autora fundamentalista cristã, que me conduziu para a condição de leitor, pois que não é dado ao leitor de quadrinhos, principalmente o infantil, este status. Foi assim que percebeu uma amiga de minha mãe, que já tinha me visto em vários momentos lendo gibis e outras publicações menos nobres, assustou-se dizendo “Ele está lendo um livro!”. Durante muito tempo este foi o único livro que li.
Foi para não ficar fora de um grupo de amigos voltei a ler. Em 1989 um colega me apresentou um outro universo de leitura: as revistinhas de super-heróis. Até então tinha olhado tal material com desdém, nunca tinha me dado ao trabalho de folheá-las, mas ao encontrar um extenso grupo de garotos de minha mesma faixa etária leitores dos quadrinhos da DC e Marvel Comics . Fui mordido pelo “bicho” da leitura e passei mensalmente a devorar todas as publicações do gênero. Esta foi a minha primeira experiência de leitura voraz, pois não consumia apenas as publicações do mês, comprava exemplares de anos passados, o que acabou me levando a ter contato com outro ambiente que passou a fazer parte da minha vida, os sebos.
Foi em busca de revistas da Força Psi que entrei pela primeira vez num sebo, o Brandão. Foi uma experiência inesquecível! As prateleiras pareciam que iam me engolir, tão altas que eram, mas o mais importante era a descoberta de que poderia ler muito mais pagando muito menos. Borges imaginava que o paraíso seria como uma biblioteca (Manguel, 2006, p.156), mas para mim que não estava – nem estou – preocupado com o paraíso, o sebo se converteu em universo particular, local onde poderia encontrar toda uma constelação de heróis, bastando para isso desembolsar alguns poucos cruzeiros. Fiz dele o meu trunfo secreto, aumentava rapidamente minha coleção e minha cultura gibizesca, para desespero dos amigos. Quando sabia da existência de mais um guardava o segredo e corria para o sebo como Carlos Drummond de Andrade, para quem o sebo é a verdadeira democracia, para não dizer: uma igreja de todos os santos, inclusive os demônios, confraternizados e humildes (2004, p.19). Foi também apenas uma questão de tempo para converter este espaço em meu ambiente predileto para garimpar livros, em substituição aos quadrinhos.
Por volta dos dez anos comecei a desenvolver um certo encantamento pela imagem do intelectual, para ser mais preciso, fui seduzido pela imagem de um homem/mulher que dialoga com as mais variadas referências, fazendo-as parte da constituição de si mesmo. Os usos inteligentes e sagazes dos objetos de leitura por parte de algumas figuras iluminadas, como Ferreira Gullar, Carlos Heitor Cony, Jorge Amado e Glauber Rocha me fizeram admirar qualquer um que aparecesse na televisão ostentando uma estante às costas, bem como, qualquer um que se portasse dignamente na condução de um discurso; isso me provocava inveja, eu queria ser como aqueles homens, ser reconhecido pela “posse” do conhecimento.
O plano Collor me fez sentir a dureza da pobreza, mal que nos acometeu – a mim e a minha mãe – repentinamente, sem nenhum aviso, exceto, obviamente, pelo pronunciamento da excelentíssima ministra da economia Zélia Cardoso de Melo. Tive de dar adeus as revistinhas, ao apartamento em bairro de classe média alta, aos hambúrgueres da McDonalds, às boas roupas caras, enfim, ao dinheiro. Quando achava que nada podia ser pior fui parar em um bairro pobre, cuja biblioteca mais perto estava a uns quatorze quilômetros de distância.
Minhas revistinhas cumpriram o destino que aguarda em algum momento o acervo de um leitor pobre: converteu-se em dinheiro em uma banca-sebo do centro da cidade. A falta de dinheiro, de certa maneira, levou-me até os livros e ao contato com leitores, indivíduos curiosos, que sempre estão à procura de outros de sua espécie.
Sem dinheiro para comprar revistas precisava encontrar outro espaço onde pudesse suprir a minha necessidade de ler. A biblioteca da escola foi um dos primeiros locais onde passei a exercitar o meu hábito de leitura e, principalmente, a arte de roubar livros em bibliotecas e sebos, que abasteceu o inicio de minha primeira biblioteca. Além disso, a leitura se tornou um hábito de fato e, portanto, nem se eu fosse o Arsèné Lupin conseguiria “adquirir” todos os livros que a minha sede demandava, foi nesse momento que encontrei uma galera estranha, muito estranha.
De inicio todos os jovens se parecem, mas basta uma olhada atenta para perceber que para o grupo social denominado “jovem” existe uma variação conceitual imensa. Dentro dessa variação aos 12 anos eu era jovem, o que significava dizer: cabeludo, gostava de rock dos anos sessenta e setenta, não falava com ninguém que ouvisse pagode, musica sertaneja, axé music ou qualquer outro gênero musical mais popular, somente usava roupas escuras, de preferência pretas, rejeitava totalmente as convenções sociais, principalmente a família, detestava a escola e lia Kafka, Roberto Freire e Herman Hesse. O mais estranho é que não era o único. No bairro em que fui morar – de hábitos completamente avessos aos meus – encontrei rapidamente um grupo de jovens como eu, que gostavam de Janis Joplin e devoravam livros aos montes (até hoje não sei se era verdade ou mentira de meus amigos, mas foi a rapidez com que liam que me fizeram desenvolver a capacidade de ler rapidamente um livro, de quarenta a cinqüenta páginas por hora, quando sou arrebatado pela leitura).
Estes amigos me fizeram reencontrar um ambiente cultural muito importante para a minha infância (passei muitos fins de tarde com a minha mãe no café, que hoje leva a alcunha de Goethe), o Instituto Cultural Brasil-Alemanha (ICBA). Lá encontrei o bibliotecário que milita em prol do não contato com os livros da instituição, cujo sonho inconfessável – assim pensam vários freqüentadores da biblioteca – é a transformação dos livros da biblioteca em acervo pessoal. Foi nessa biblioteca, apesar da cara feia do alemão de Feira de Santana, que vivi dos 13 aos 23 anos.
Fiz deste espaço um local de visita periódica, todas as minhas tarde após o colégio eram passadas no ICBA, à espera de mais um número da Deutschland, Humboldt ou Kulturchronik ; assistindo a vídeos sobre o holocausto; filmes de Win Wenders ou Herzog; ouvindo Wagner ou Jazz teutônico; mas principalmente discutindo com o grupo de amigos que agora era mais extenso, pois agregavam todos aqueles que não tocavam tambor, não achavam a menor graça balançar a bunda em público nem achavam o ensaio do Olodum a melhor representação de sua identidade, ou seja, os excluídos da “baianidade”.
Foi nesse momento que teve inicio a minha segunda febre leitora, que me contagiou ao conversar com um amigo sobre anarquismo. Passei então a procurar por livros relacionados à temática, autores que soavam aos livreiros como um xingamento. Bakunin, Kropotkin, Malatesta, Stierne, Goldman, Tolstoi, Makno, Oiticica, Cuberos entre outros eram carregados por mim onde quer que estivesse e começaram a se avolumar em cima de minha cômoda, dividindo espaço com os livros que já tinha. Foi interessante perceber o encantamento de um amigo revolucionário de cidade do interior ao entrar em meu quarto e perceber que tinha umas pilhas consideráveis de livros, dignas de serem consideradas objeto de expropriação; tive de lhe explicar que não era burguês e que aquele material em grande parte tinha sido fruto de ação direta expropriadora dos centros de cultura burguesa. Safei-me bem dessa.
Lendo livros anarquistas e afins declarei-me emancipado aos quinze anos e me mandei para São Paulo disposto a nunca mais voltar. Seis meses depois estava em Salvador, abandonei a escola, local onde nunca fui compreendido e me mandei para Aracaju disposto a encontrar um amigo de João Pessoa que tinha decidido ir para o Rio de Janeiro e depois para a Europa. Pensei em acompanhá-lo, mas a única coisa que consegui foi perder a namorada para ele, o que hoje vejo que como um alívio me pareceu o fim do mundo naquele momento e acabei encontrando no desespero a minha nova febre leitora: a filosofia.
A releitura de Nietzsche (já o havia lido antes, mas não o tinha compreendido, o que o sofrimento não faz!) me fez suportar o tormento amoroso e me conduziu literalmente para o encontro de novos amigos. Schopenhauer, Cioran, Sartre, Merleau-Ponty e Platão me fizeram esquecer todos os amores perdidos e as crenças ideológicas que carregava. Descobri que a vida era um tormento, que o suicídio era uma opção para os fracos e suportar a dor de acordar diariamente era uma virtude dos fortes. Tornei-me pessimista e cínico. Passei mais dois anos lendo tudo que pude encontrar sob a catalogação de filosofia, desprezando todo o resto e todos, principalmente os acadêmicos, que aos meus olhos pareciam baratas incultas alucinadas com Detefonä. Troquei todos os meus livros anarquistas e de literatura por obras filosóficas, foi assim que perdi a minha segunda biblioteca.
Aos 17 anos resolvi voltar para a escola para ter uma titulação que me permitisse trabalhar em algo minimamente digno. Arrumei emprego e comecei a juntar dinheiro para viajar, fazer “mochilão” pela Europa e se possível nunca mais voltar para o Brasil. Um dia ao voltar do trabalho entrei no sebo Graúna e revirando a pilha de 1R$ encontrei o Sidarta de Herman Hesse; fui mordido por uma quarta febre de leitura: a literatura.
Este lugar não me era novo, mas nunca tinha sido alvo prioritário de meus investimentos em leitura. Passou desde então a receber prioridade nas minhas aquisições. Sidarta me mostrou que a literatura, como a leitura panfletária anarquista e filosófica, era mais uma maneira de ver o mundo. Mergulhei fundo na leitura literária sem dar brechas a esquecimentos, tentava me lembrar de todos os autores de romances, contos, novelas e poesias que tinha encontrado até então para formar um repertório a ser (re)encontrado e me pus a garimpar diariamente o Graúna em busca de tudo e que conhecia, mas, principalmente, buscava os autores que não conhecia. Houve uma diferença desta febre para as outras, já que esta não foi uma contaminação substitutiva, muito pelo contrário, fez-me mergulhar mais fundo ainda na filosofia e perceber como em momentos distintos e em lugares distantes a literatura e a filosofia dialogam sempre .
Passei a ser freqüentador assíduo dos sebos e livrarias da cidade. Retornei ao Brandão, desta vez já na condição de leitor literário; conheci os sebos de Henrique Wagner, sempre itinerantes; fazia point na Civilização Brasileira da Av. Sete de Setembro, grande loja de saldão da rede de livrarias; vi o Graúna mudar três vezes de endereço; inaugurei alguns e fechei as portas de muitos. A leitura tomou para mim ares de militância, porém sem o proselitismo tão comum daqueles que acreditam terem encontrado a verdade. A literatura me ensinou que isto não existe. Lia tão vorazmente que cheguei a ler 100 livros em três meses e em poucos anos numa contabilidade pouco ortodoxa já tinha ultrapassado com uma folga imensa o milhar.
Depois de alguns anos juntando dinheiro não consegui viajar pelo mundo afora, por causa das constantes desvalorizações do dólar em 1999 e aos 20 anos decidi que investiria o meu dinheiro numa coisa até então execrada por mim. Decidi que faria um curso de graduação em uma universidade. Qual? Isto não importava muito desde que em ciências humanas e em uma universidade pública. As viagens ficariam por conta das leituras.
Fiz vestibular para história duas vezes e perdi. Na terceira vez resolvi fazer em várias instituições e para outros cursos. Fui aprovado em história, pedagogia, psicologia e literatura hispânica na Espanha. Escolhi pedagogia, porque era à noite e não teria que me mudar de cidade nem de continente.
Antes de ir para o meu primeiro dia de aula um amigo me advertiu de uma prática muito comum na academia, a perseguição; fui recomendado a não ser brilhante, resumindo, ele me pediu que não demonstrasse a minha cultura sob pena de ser violentamente atacado, principalmente pelos professores. Não dei tanta importância a esta advertência, mas me coloquei em alerta. Não demorou muito para que experimentasse a hostilidade, primeiro de um grupo de colegas, seguido pelo ódio mortal que despertei em alguns professores, que não entendiam o fato de que só estava querendo ajudar, preferindo interpretar minhas intervenções como tentativas de desestabiliza-los perante a classe.
Minhas leituras neste período foram extensas; aproveitei para mergulhar fundo na epistemologia e mais ainda na literatura, mas não me furtava a nenhuma leitura, exceto àquelas indicadas pelos professores, que em sua grande maioria não passavam de textos secundários ou livros de resumos de idéias dos outros, cujo maior mérito – resguardando algumas exceções – está nas referências que estes apresentam ao fim do livro. Perscrutava a biblioteca central da UNEB e as livrarias em busca de Deleuze, Guattari, Foucault, Derrida, Bachelard, Baudrillard e muitos outros que os professores não indicam aos seus alunos por receio destes tomarem precocemente as suas vagas no Olimpo da universidade, assim creio eu. Foi na faculdade que conheci pela primeira vez a mesquinhez intelectual.
Mas como em toda regra há exceções, encontrei lá também gente disposta a dialogar e pronta para ouvir, tratando com seriedade as suas inquietações. Foi um desses contatos que me levou para dentro do meu objeto de estudo dissertativo, o RODAPALAVRA .
Como já estava batizado pelo mundo acadêmico tratei de não expor mais os meus conhecimentos para não bater de frente com nenhum professor, cuja auto-estima não estivesse no melhor das formas. Ficava calado até ser solicitado, sendo chamado não me restava outra opção, pois não sabia ser medíocre. Numa certa manhã fui interpelado por uma professora com quem cursava matéria optativa em turno oposto ao meu para cumprir logo créditos futuros, que me perguntava por que não fazia Letras Vernáculas ao invés de Pedagogia, de pronto respondi que não fazia tal curso, pois não gostaria de estudar a literatura de uma maneira engessada em categorizações esdrúxulas, do tipo que se encontra na historiografia literária. Despedimos-nos, acabei desistindo de sua matéria por conta de trabalho, até que num encontro futuro fui convidado por ela para ingressar em um grupo que promoveria sessões de leitura e contações de histórias para crianças de um hospital. Topei na hora.
Esta atividade acabou sendo a minha válvula de escape em um ambiente totalmente hostil a minha condição de leitor: o curso de pedagogia. Fiz desta atividade de extensão a minha verdadeira graduação. Para terminar o curso fui obrigado mais uma vez a me desfazer de minha biblioteca - por não contar mais com a poupança do “mochilão” frustrado, que me sustentou nos primeiros anos de faculdade, nem ter um trabalho que me rendesse um soldo digno – para conseguir dinheiro que possibilitasse a minha freqüência nos últimos semestres do curso e a compra dos livros para tessitura de minha monografia. Terminei a graduação, comecei uma especialização infrutífera, fui cuidar de minha vida e ler as coisas que tinha deixado de lado nos anos em que cursava a faculdade, até que soube das futuras inscrições para um curso de Mestrado em Estudo de Linguagens e pensei se não seria a hora de voltar meus estudos para algo que realmente gostasse e tivesse uma relação intrínseca com o meu percurso intelectual? Percebi a oportunidade e abri os livros.
Transformei o grupo que participo em objeto de investigação, mas, mais do que isso fiz de com que a minha experiência com a leitura finalmente encontrasse leitores atentos, encontrei interlocutores dentro universidade, experiência nova para mim. Este trabalho, que poderia ter um caráter frio e impessoal, tratando a leitura apenas como um dado, converteu-se em algo que dialoga intencionalmente com os sentimentos e as emoções, pois ele tem muito daquilo que sou, como você pode ler.

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