terça-feira, 26 de junho de 2007

Para aqueles que não fazem a palavra rodar: Máquina de Pinball

Por Carol Medrado



Para mim, o grande erro que grande parte dos jovens escritores cometem é serem pretensiosos demais, acham que são o máximo, que seus textos vão mudar o mundo ou que serão (ou são) o mais novo fenômeno literário. Confesso que quando peguei o livro de Clarah Averbuck pra ler, achei que ela era mais um desses jovenzinhos pedantes e que o livro seria um culto ao seu próprio ego. Quebrei a cara. Essa garota é inteligente e corajosa e trata em seu livro de questões que atormentam todos os jovens como a falta de dinheiro, desemprego e os problemas amorosos. Se não é uma autobiografia poderia ser uma biografia da grande maioria dos jovens. Mas cabe aqui um aviso: não é um livro para quem sinta ânsia ao pensar em engolir esperma ou para quem ruboriza ao ler a palavra cú. Eu não vejo mal nenhum nisso, acho que todas as palavras cabem na boca e no papel e acredito que a literatura é uma realidade, onde as pessoas cagam, mijam, ficam bêbadas, passam um vexame e engolem porra docinha. Quem se assusta com as nuances da realidade passe longe daqui, vá ler José de Alencar. Eu, que não sou esquizofrênica e tenho os dois pés na realidade, digo: Salve Bukowski e salve os jovens que ainda correm o risco de pensar!



Resenha de AVERBUCK, Clarah. Máquina de Pinball. São Paulo: Conrad, 2002.

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