quarta-feira, 25 de julho de 2007

Nããããão

Por Carol Medrado

Não, não, não. Socorro... socorro...” Continua correndo, mas não adianta. Olha para trás e ele continua lá. Por mais que corra ele continua lá. Corre. Cai numa poça de lama. E o outro lá. Entra num carro. Rápido, mais rápido, ele está se aproximando. Desce do carro. Corre, corre. Entra num bueiro. “Não, não, me deixa em paz!” Sai numa praia, se joga no mar. Nada com todas as suas forças, quebrando as ondas. Fecha os olhos, relaxa flutuando no mar. “Estou livre”. Entre as espumas o perseguidor aparece. Foge, corre. Entra num shopping, se esconde no provador de uma loja. Lá está o seu algoz, refletido no espelho. “Não, não, não...” Corre, está no meio de uma floresta. Corre, corre. Olha para trás, lá está ele, aquela figura assustadora, seu eterno perseguidor, seu maior medo, seu pior inimigo. “Me deixa em paz, por favor, me deixa em paz”. Corre, corre. Chega em casa, se esconde embaixo da cama. Ele aparece, ele está, não há escapatória: “o que é um pontinho vermelho em baixo da cama?”. “Não, não, nããããããão...” Acorda ofegante. “Foi só um pesadelo... maldito Louro José!”

Um comentário:

Anônimo disse...

Menina, que susto, quase um stiphen King.